!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Panteras Rosa: maio 2006

quinta-feira, maio 25, 2006

GISBERTA Apelo à Acção Internacional 8 de Junho

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Calendário de EVENTOS NACIONAIS:

8 de Junho:
Sessão Pública no Porto: Sessão Pública de Debate e exibição do documentário “Gisberta – Liberdade”, às 21h30 Academia Contemporânea do Espectáculo, Praceta Coronel Pacheco (Panteras Rosa, @t. ILGA-Portugal, Rede Ex-Aequo, não te prives, Clube Safo, PortugalGay.PT)

Lisboa: Conferência de Imprensa: apresentação do manifesto dos movimentos europeus contra sobre o assassinato de Gisberta e a transfobia em Portugal. Frente à escadaria da Assembleia da República, 12h. Levaremos máscaras com o rosto de Gisberta, para que o poder político não possa esquecê-lo. (@t,. Panteras Rosa, rede rede ex aequo, não te prives, Clube Safo, Opus Gay)

Coimbra: Sessão Pública de Debate e exibição do documentário “Gisberta – Liberdade”. 21h30 na cave da Galeria Bar Santa Clara.

Faro: Instituto Português da Juventude de Faro, Rua da PSP (ao pé do Jardim Alameda e da Biblioteca Municipal) às 20h30 (rede ex aequo)

10 de Junho:
Braga:
Estaleiro Cultural Velha-a-Branca - Largo Senhora-a-Branca, nº23, 16h (rede ex aequo)

Porto: Local: Espaço T - Rua do Sol, n. 14 Porto (Escola EB1 da Sé), às 16h (rede ex aequo)

ALGUMAS ACÇÕES INTERNACIONAIS CONFIRMADAS:
8 Junho:
Itália: manifestações frente aos consulados portugueses em várias cidades

Milão: 10.00 em frente ao Consulado Português

Itália: Turim - acção frente ao consulado português

Vienna (Austria) - manifestação frente à Embaixada Portuguesa

Berlin, Munich (Alemanha) - ídem

Manifestações em Barcelona, Madrid e no País Basco frente aos consulados e embaixada

Paris - concentração frente ao consulado português

Brasil - Rio Grande do Sul - Porto Alegre - consulado de Portugal em Porto Alegre - entrega de uma moção de repúdio ao governo português.

09/06
São Paulo - sessão solene do orgulho GLBT na assembléia legislativa do Estado de São Paulo com uma homenagem póstuma a GISBERTA, com presença da família.

Itália - Roma 10.00 - frente à Embaixada Portuguesa

Manifesto Internacional
Assassinato de transsexual em Portugal. Encobrimento de um crime de ódio.

Fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior, transsexual brasileira a viver em extrema exclusão social na cidade portuguesa do Porto, foi torturada e violada com paus no ânus durante um período de três dias para depois ser atirada para um poço e deixada morrer numa obra abandonada.

Um grupo de 12 a 14 rapazes adolescentes, entre os 12 e os 16 anos, confessaram o crime. Os jovens viviam numa “instituição de Protecção de Menores” dirigida pela Igreja Católica.

O chamado sistema de “protecção de menores” empurra metade dos “menores protegidos” para instituições da Igreja católica, mistura crianças necessitadas de protecção contra situações de violência doméstica com jovens institucionalizados por razões penais e assenta num sistema de “armazéns de crianças” sobrelotados que não garantem educação ou sequer protecção a estas crianças e jovens, mas que pelo contrário garantem a exclusão social Uma mudança neste sistema precisa de um real investimento do Estado para promover um sistema de efectiva protecção, cuidado e educação assim como formação específica para os juízes dos Tribunais de Menores, que é hoje inexistente.

Gisberta tinha uma saúde precária. Tinha HIV Positivo e tuberculose. Vivia nas ruas e prostituía-se para ganhar algum dinheiro.

Este crime teve cobertura enganosa da imprensa portuguesa. O poder judicial minimizou-o e o político ignorou-o. O engano abrangeu a tentativa de desumanizar Gisberta. A imprensa recusou a publicação da sua fotografia, fazendo eco da hierarquia da Igreja insinuando que ela teria assediado os rapazes, omitindo o facto de que ela era transsexual e ignorando as tomadas de posição públicas das organizações LGBT.

Em Portugal, tudo o que é possível está a ser feito para esquecer este horrível crime – sem consequências, acções judiciais ou mudanças nas leis.

A exclusão social e degradação de Gisberta Salce Júnior expõem claramente a marginalização de transsexuais em Portugal. Este caso é uma clara demonstração de um alto nível de agressão e de atitudes transfóbicas na sociedade portuguesa. Mas qualquer qualquer debate público sobre o caso é abafado em Portugal antes mesmo de começar - e não poderá recomeçar sem pressão internacional.

Por isso, a European Trangender Network em cooperação com organizações portuguesas envia este apelo para uma acção internacional a 8 de Junho em frente às embaixadas e consulados portugueses com o objectivo de expressar apoio aos esforços dos activistas portugueses e pressionar o governo português a assumir as suas responsabilidades face a este crime de ódio.

Queremos:

*reestruturação profunda do sistema de “protecção de menores” em Portugal (*)

*uma política social de assistência a grupos marginalizados – incluindo imigrantes, pessoas com HIV, sem-abrigo, utilizadores de drogas e trabalhadores do sexo – em vez de uma política de exclusão.

*a inclusão explícita da “identidade de género” em legislação anti-discriminatória e protecção na legislação penal face a crimes de ódio motivados pela transfobia.

*iniciativas para promover o conhecimento da situação das pessoas transgénero e o trabalho contra atitudes transfóbicas e homofóbicas, na escola, no local de trabalho, nas forças policias e na população em geral.

*total reconhecimento de género, incluindo o direito de escolher livremente os primeiros nomes e uma lei de “reconhecimento de género” semelhante à “Gender Recognition Act of 2004” britânica.

*tratamento médico de transsexuais menos condescendente, incluindo acesso livre a tratamentos médicos e à livre escolha dos profissionais de saúde, apoio financeiro para cirurgias e tratamentos no estrangeiro, promoção da formação médica correcta para esta área no sistema de saúde português.

Um documentário – “Gisberta Liberdade” – foi realizado pela TGEUnet e activistas portugueses. Este filme em DVD estará disponível a partir de 26 de Maio e poderá ser pedido para os contactos indicados em baixo para suportar a discussão internacional e a mobilização para 8 de Junho.

CAMPANHA INTERNACIONAL:
http://tgeu.net * tgeurope@tgeu.net

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A Revolução Não Será Bipolarizada

A Revolução Não Será Bipolarizada
Não serás só feminino, masculino, macho ou fêmea
Não serás só gaja, gajo, mulher ou homem
Não serás só o rosa ou o azul, as saias, as calças,
as mamas ou as pilas
porque a Revolução Não Será Bipolarizada


A Revolução Não Será Bipolarizada
A Revolução Não será feita pelos conservadores
facistas e racistas
a Revolução Não será feita pelos que humilham
espezinham, torturam, discriminam
a Revolução Não será feita pelos que oprimem,
censurem, ignorem e calem

A Revolução Não será feita pelos tribunais,
nas ssembleias, esquadras e cadeias
porque A Revolução Não será Bipolarizada

A Revolução Não te será oferecida
quando comprares casa, andares
nos transportes ou fores a hospitais
A Revolução Não te será dada pelos manuais
A Revolução Não te será dada nos cinemas
A Revolução Não te será dada nos jornais
A Revolução Não te será dada pelos canais
nos intervalos das novelas ou dos mundiais
A Revolução Não te será abatida no IRS
A Revolução Não te chegará pela PlayStation, Ipod ou Internet
porque A Revolução Não será Bipolarizada


A Revolução Não será Bipolarizada
A Revolução Serão lantejoulas e brincos
chicotes, plumas, dildos e preservativos
A Revolução serão os Cisgénero e os Transgénero
- todos sexuais
A Revolução Será mais que Ela e Ele, eu e tu
A Revolução Seremos nós todos
porque A Revolução Não será Bipolarizada


A Revolução Não será Bipolarizada
A Revolução acontecerá nas gramáticas
A Revolução acontecerá nos artigos

definições e procedimentos
A Revolução acontecerá no pensamento
sentimento e conhecimento
A Revolução Não será Bipolarizada

A Revolução Não será Bipolarizada
A Revolução será feita por todas as Gisbertas
violadas mortas e outros silêncios brutais
A Revolução será feita nas ruas marchas e arraiais
A Revolução Não será Bipolarizada
A Revolução será feita por mim e por ti
pelos nossos filhos e pelos filhos dos outros
A Revolução tornar-nos-á iguais na diversidade
A Revolução será respeito e liberdade
A Revolução Não será Bipolarizada

Ana Costa

Marcha LGBT no Porto já este ano

Divulgamos comunicado emitido pelas associações que se encontram a organizar o evento:

"Um grupo de colectivos e activistas ligados ao movimento LGBT e a outros movimentos sociais está a organizar uma marcha do orgulho LGBT na cidade do Porto, a realizar-se no dia 8 de Julho do corrente ano.
Esta marcha tem a sua origem em Nova Iorque, EUA, onde, dia 28 de Junho de 1969, no bar Stone Wall Inn, homossexuais resistiram publicamente à descriminação e violência. A partir desta data histórica, as mais importantes cidades do mundo organizam anualmente a Marcha do Orgulho LGBT.
Hoje, mais do que nunca, tornou-se imperativo prosseguir com esta iniciativa que visa, não só despertar a região para as diferentes orientações sexuais e identidades de género, mas também espertar consciências e consequências, tanto a nível cívico como legal, fomentando uma cultura política e social de igualdade. Acima de tudo, este é o momento de dizermos BASTA!Basta de transfobia, bifobia, homofobia (em qualquer das suas vertentes: lesbofobia ou gayfobia), como motivo de tantas violências e discriminações.Este foi o ano do assassinato de Gisberta (transexual, imigrante, HIV+, sem abrigo..), violentada e morta no Campo 24 de Agosto.
Este é o ano em que queremos sair para a rua e afirmarmos a nossa identidade enquanto cidadãos, consecutivamente votada ao esquecimento, à marginalização, à guetização e à violência nas suas formas mais brutais. Todos percorremos caminhos diferentes, mas convergimos hoje em torno de um objectivo comum. E é na procura de convergências cada vez mais alargadas e inclusivas, que vimos convidar a vossa associação a colaborar na organização desta marcha. A marcha acontecerá, como já foi referido, no dia 8 de Julho e partirá do Campo 24 de Agosto, pelas 15h, em direcção à praça D. João I, onde desembocará numa sessão pública, com leitura de um manifesto e posterior animação de rua. Encontramo-nos neste momento em fase de arranque, estabelecendo contactos e organizando tarefas.Gostaríamos de contar, da vossa parte, com a participação na construção deste evento e na elaboração de um manifesto que expresse todas as nossas reivindicações".


A organização da marcha do orgulho LGBT do Porto 2006
orgulhoporto@gmail.com

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Lei da Reprodução Medicamente Assistida

Ou a oportunidade para a discriminação imbecil

Comunicado Panteras Rosa

A Assembleia da República vota hoje uma proposta de Lei sobre Reprodução Medicamente Assistida. Sem surpresas, a proposta da maioria que suporta o governo será aprovada depois de um debate que não envolveu particularmente nem os profissionais de saúde, nem a sociedade civil. Neste país, a reflexão e a produção legislativa continua reservada aos especialistas da política, muitas vezes de costas voltadas às realidades sociais.

O Projecto Lei em causa, tendo a vantagem de regular práticas médicas essenciais para a saúde reprodutiva, ao excluir as mulheres sós e os casais de lésbicas da possibilidade de serem artificialmente inseminadas, fere gravemente o principio da não-discriminação e de uma sociedade plural em que os modelos de família são múltiplos e todos legítimos.

Maria de Belém Roseira, ex-Ministra da Igualdade, deu a cara por esta aberração. Evocou argumentos financeiros para concluir que os casais heterossexuais com problemas de infertilidade são os únicos que merecem o apoio do Estado para resolver os seus problemas reprodutivos. Para esta responsável política pelo projecto que vai a votos amanhã, as lésbicas e as mulheres sós em geral não terão, consequentemente, condições e autoridade para decidir a sua própria reprodução. É a velha história de que fora do casamento heterossexual os filhos são uns “coitados”, cheios de problemas afectivos e de carências de toda a ordem. Mas esta é a análise do senso comum conservador, do reaccionarismo de um país demasiado tempo submisso aos preceitos católicos impostos pela força das leis, de uma moral que não resiste a qualquer análise ou estudo científico a propósito das pessoas em causa. Porque desde há muito que as mulheres sós, lésbicas ou heterossexuais, têm filhos e porque os casais de lésbicas também os vão tendo. Ao legislador só competirá olhar para a realidade e garantir que as leis propostas não discriminam em função de uma qualquer crença religiosa ou moralismo de senso comum.

Mas que esperar de um país em que um Magistrado do Ministério Público, recentemente, justificava a sua decisão ao negar a possibilidade para o casamento civil de duas mulheres, com as seguintes afirmações: “O estado não pode tratar da mesma forma casais heterossexuais e casais homossexuais” e ainda “só através do casamento de pessoas de sexo diferente [é que o Estado consegue] o objectivo de preservação da espécie e da socialização de crianças”?

Por mais que a Assembleia da República vote hoje uma lei discriminatória, continuarão a existir vários modelos de família, pessoas do mesmo sexo que se amam e que querem e têm filhos, gente que vai a Espanha ou a outro país fazer as inseminações que aqui não são possíveis. Hoje a sala do plenário da Assembleia da República vai estar grande para tanta pequenez.

As Panteras Rosa – Frente de Combate à Homofobia, não esquecerão e juntam esta e tantas outras razões para a luta pela igualdade mais absoluta e sem excepções, contra a pequenez do país em que vivemos.

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quarta-feira, maio 24, 2006

Obrigado PS...

... por mais uma Lei de discriminação explícita. ALguém ainda está à espera que este PS aceite e aprove o casamento homo? (da direita já sabíamos o que esperar).

"...apesar de o PCP e o BE terem apresentado ontem, dia da votação na especialidade, propostas de alteração no sentido de incluir as mulheres sós inférteis nos beneficiários da procriação medicamente assistida (PMA), a lei aprovada na especialidade e que será submetida a votação no plenário só prevê acesso a casais heterossexuais, casados ou em união de facto."

Mais pormenores no
Renas

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segunda-feira, maio 22, 2006

a tod@s as vítimas de todas as Homofobias

"Malhas que o Império tece
Jaz morto e apodrece
O menino de sua mãe"
Fernando Pessoa

Jaz mort@ e apodrece

Talvez tenha nascido, sorrido
Menino de sua mãe.
Enganada porém
Nem corpo nem alma
Nem sensação
Nenhuma porta ao estender da mão.
A vida
Atirou a primeira pedra
E o espelho devolveu
A imagem errada:
Ilusão de Homem,
Sangue doce de Mulher...

Voou, foi nuvem
Sonhou, mais além
O mundo em aplauso,
Acreditou...era seu
De novo o que os anjos guardam.
Cedo demais,
Espinhos feriram o caminho
Ao longe, esqueceram a prece
No medo, a lembrança esquece
E vieram os perdidos
Mais perdidos que a perdida
(A fome não conhece perdão)

Jaz mort@ e agora arrefece
Apodrece
Em paz,
Puro coração.

Sara
28/04/06

sexta-feira, maio 19, 2006

Sangue: prossegue a discriminação mais básica

Como suspeitávamos, apesar do anúncio por parte do Instituto Português do Sangue de que as normas relativas à doação estarão prestes a ser alteradas para deixar de excluir os dadores homossexuais, a discriminação continua a ser actualmente praticada com os mais discriminatórios dos argumentos que têm sido utilizados por este organismo.

Recentemente, várias Panteras da cidade do Porto testaram a possibilidade de doação no Hospital de Stº Antº, para verem recusada a sua doação após preenchimento do inquérito. Argumentos utilizados pela médica responsável:

- "os bancos de sangue recusam a doação por parte de homossexuais porque a Lei a proíbe".
- "o sexo anal é muito mais duro e comporta mais riscos de contaminação" - como todos sabemos, heterossexuais não fazem dessas coisas
- "os homossexuais são considerados mais promíscuos e sujeitos a infecção".

Continuamos confiantemente à espera de que as regras mudem por si, como prometido? Não, parece-nos que não!...

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quarta-feira, maio 17, 2006

GISBERTA: 8 DE JUNHO, DIA DE PROTESTO INTERNACIONAL

COMUNICADO DE IMPRENSA
17 DE MAIO - DIA MUNDIAL CONTRA A HOMOFOBIA
PANTERAS ROSA EXIGEM RESPEITO PELA VIDA HUMANA


No Dia Mundial Contra a Homofobia (IDAHO), que hoje se assinala em todo o mundo, o movimento Panteras Rosa - Frente de Combate à Homofobia - condena publicamente o Estado Português e os dirigentes nacionais pela sua incapacidade em assegurar o respeito pelos mais básicos direitos da pessoa humana, e desafiam o Governo e os grupos parlamentares na Assembleia da República a oficializar e traduzir em medidas a presente data como Dia Nacional Contra a Homofobia e a Transfobia , em memória de Gisberta Salce Júnior, a sem-abrigo, transexual, imigrante, seropositiva e prostituta que foi torturada, violada e morta em Fevereiro por um bando de rapazes no Porto.

Pelos factores de exclusão que acumulava, Gisberta é um símbolo da incapacidade do Estado - e do sistema económico e político - em garantir políticas sociais e pelos Direitos Humanos que combatam a exclusão e a degradação humanas, ao invés de promovê-las. Pelo contrário, cada vez mais direitos sociais, laborais e humanos estão a ser destruídos, e cada vez mais cidadãos/ãs são hoje empurrados/as para a exclusão extrema.

Mas nunca um crime motivado pelo(s) preconceito(s) foi tão desconsiderado e deturpado em Portugal, a ponto de a justiça acabar por qualificar os acontecimentos como de mera agressão. Porque a vítima era transexual? Porque o crime voltou pela milésima vez a demonstrar o sistema de (des)protecção de menores que existe em Portugal e a cuja profunda reforma o Estado resiste a todo o custo? Deste crime horrível nada parece resultar: nem conclusões, nem preocupação consequente, nem reflexão legislativa ou social. Tudo se esquece, tudo passou.

Para que assim não seja, no Dia Mundial Contra a Homofobia, as Panteras Rosa anunciam um dia internacional de luta contra a transfobia em Portugal.


8 de Junho será uma data de convocação de protestos junto dos consulados portugueses em variados países - e também para acção em Portugal - para exprimir a indignação pública contra o crime que vitimou Gisberta e que foi claramente deficitária nacionalmente. E também para dirigir ao governo português uma série de reivindicações contidas num apelo internacional que amanhã será divulgado junto da imprensa e dos movimentos sociais nacionais, ao mesmo tempo que a sua divulgação internacional.

Nos próximos dias e semanas, estará disponível nos websites
http://tgeu.net * tgeurope@tgeu.net, e também aqui no blog das Panteras Rosa, toda a informação sobre os países e os moldes em que decorrerá este protesto internacional, com particular incidência na Europa.

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Pic-Nic Pais, Mães e filh@s LGBT

A ideia de juntar as crianças com pais e/ou mães LGBT e suas crianças tem mobilizado algumas pessoas desde o Pride de 2005. Em Março de 2006, no Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, realizou-se um encontro sobre o tema que teve cerca de 30 pessoas, animadas e conversadoras, entre mães e pais actuais e futuros, filh@s e net@s de LGBT, pequenos e já mais crescidos.
Nesta altura surgiu a ideia de fazer um picnic, ideia a que se quer agora dar continuidade, juntando crianças e adultos num jardim em Lisboa, com espaço e boa disposição para troca de histórias e experiências.

QUANDO: Dia 20 de Maio, sábado, a partir das 15:30
ONDE: Local a definir, jardim, com bons acessos e algures em Lisboa. Sugestões benvindas. A definir lá por dia 10, tendo em conta as sugestões.
Para mais informações e sugestões, nomeadamente local, contactem o Manuel Amaral via
marilgapor@yahoo.com
Ajudem a divulgar uma iniciativa numa área tão importante e ainda a descoberto no activismo LGBT português.

terça-feira, maio 16, 2006

Aiiii, Ronaldo

Sempre ADOREI este rapaz. Primeiro, porque o acho lindo, lindo, lindo (e gostos não se discutem). Segundo, porque o acho uma ternura, o que insistentemente me levou a defender (hormonas à parte) que não é o bronco que lhe chamam. Hoje tirei as provas. Estou para ver iguais palavras ditas na boquinha dos multiplicados “intelectuais” da nossa praça. Porque vindas do futebol (em tempos de GALP e de tudo o que mais conhecemos à modalidade), o rapaz melhora a olhos e a frases vistos.
Não resisto à táctica, já por outr@s usada, da substituição de vocábulos e da correspondente inversão de papéis: com a assumida e inferiorizante diferença, em relação ao adorado, da minha heterofobia e do meu homossexismo.
Finalmente, não estou a dizer se vou ou não às saunas gay (isso a ninguém interessa), estou só a recorrer ao contexto para que a ideia tente ser mais eficaz.

Notícias Sábado – número 18, 13 de Maio de 2006
“PREFIRO ELOGIOS DE MULHERES”
“Foi uma bronca no balneário. Pegaram em recortes e penduraram-nos no meu cacifo, toda a gente a gozar comigo. Foi cá uma história…”. Foi assim que os colegas de Cristiano Ronaldo o obrigaram a conviver com a sua eleição para as listas de homens mais “sexy” do mundo, feita por diversos sites de inspiração homossexual. “Ficar entre os primeiros, sendo escolhido pelos ‘gays’ acho que não é muito bom para mim. É um bocado estranho. Se fosse pelas mulheres ficava mais contente”, diz o futebolista, rindo como se não conseguindo controlar-se. Ronaldo acredita, porém, que não teria dificuldades em conviver com a presença de “gays” no balneário. “Agora que penso nisso, tem de haver gostos para tudo. Não sei bem como iria reagir. Mas se me respeitassem, eu também respeitaria”, diz. “Pelo menos não iria ficar a pensar que estariam a olhar para o meu corpo no balneário…”

Agora eu.
“PREFIRO ELOGIOS DE HOMENS”
“Foi uma bronca na sauna gay. Pegaram em recortes e penduraram-nos no meu cacifo, toda a gente a gozar comigo. Foi cá uma história…”. Foi assim que os conhecidos de sauna de Nuno o obrigaram a conviver com a sua eleição para as listas de homens mais “sexy” do mundo, feita por diversos sites de inspiração heterossexual. “Ficar entre os primeiros, sendo escolhido pelas mulheres acho que não é muito bom para mim. É um bocado estranho. Se fosse pelos homens ficava mais contente”, diz Nuno, com uma expressão descontrolada de preocupação. Nuno acredita, porém, que teria muitas, mas mesmo muitas dificuldades em conviver com a presença de mulheres na sauna. “Mesmo pensando nisso, custa-me muito que haja gostos para tudo. Sei bem como iria reagir: ou as expulsava ou tinha um ataque de pânico e fugia a sete pés. Mesmo que me respeitassem, eu não conseguiria respeitá-las, seria superior a mim”, diz. “Iria ficar absolutamente obcecado com a ideia de que elas estariam a olhar para o meu corpo na sauna…”

PS – Um comovido agradecimento à menina do meu café, por me ter oferecido a revista. E por me dar a saber que sou mais óbvio do que pensava no contentamento que o rapaz me provoca.
Nuno Carneiro

sexta-feira, maio 05, 2006

Palhaçada total no sistema penal!

Já ontem o revelava o Diário de Notícias e hoje reafirma o jornal Público: a farsa judicial à volta do assassinato de Gisberta vai mais longe do que as nossas piores suspeitas receavam:

"A autópsia também não deixa dúvidas e indica que a vítima foi lançada ainda com vida para o poço. A causa da morte não foram, assim, as agressões, mas o afogamento. Segundo o PÚBLICO apurou, o caso relativamente ao jovem de 16 anos deverá ser arquivado. Isto porque nem se deverão aplicar as suspeitas de ter sido cometido o crime de omissão de auxílio, já que a causa da morte não foram as agressões."
"Também na altura tudo indicava que tivesse sido essa a causa da morte (os jovens garantiam que haviam atirado o corpo de Gisberta já sem vida ao poço), o que depois veio a ser contrariado pelo relatório médico. O relatório final do Ministério Público deverá ser conhecido em breve, podendo então o rapaz ser completamente ilibado."

Portanto, a culpa foi de Gisberta que morreu afogada, como se os rapazes não tivessem sequer confessado que a empurraram para o poço!
Uma coisa é pensarmos que o essencial não é encarcerar estes jovens, e que só medidas de fundo podem combater os crimes de ódio. Outra coisa é perceber que estamos perante uma situação de manipulação absoluta e descrédito total do sistema jurídico. Nada de novo, bem sei, mas há limites para o aceitável, há limites para a vergonha na cara, e há limites para a quase-infantilidade dos argumentos que estão a ser usados pelo sistema neste caso!
O sistema penal parece querer convencer-nos de que houve agressão mas foi obra do Espírito Santo, que houve sevícias sexuais mas cometidas pelo mesmo sujeito, que houve assassinato sem ter havido.
As Panteras Rosa não permitirão que continue sem resposta pública esta total PA-LHA-ÇA-DA!

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