terça-feira, julho 12, 2005
segunda-feira, julho 11, 2005
STOP HOMOFOBIA
Já está linkada na página web das panteras a melhor foto-reportagem que já vi da concentração stop homofobia, 15 de Maio
passado, em Viseu. Responsabilidade da pantera cláudia :), só é pena que estas fotografias tenham surgido tanto tempo depois.
http://www.panterasrosa.bravehost.com/fotosclaudia.html
passado, em Viseu. Responsabilidade da pantera cláudia :), só é pena que estas fotografias tenham surgido tanto tempo depois.
http://www.panterasrosa.bravehost.com/fotosclaudia.html
Educação Sexual - assinem esta petição
www.petitiononline.com/cartassr/petition
Assinem a "Carta dos jovens portugueses sobre saúde sexual e reprodutiva", iniciativa da Youact - Rede Europeia de Jovens pela Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, da Não Te Prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais e da Rede Ex-Aequo - Associação de Jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros e Simpatizantes". Após o Verão, esta deverá ser entregue ao presidente da República, Governo e Assembleia da República. Parabéns aos responsáveis pela iniciativa, neste país de todos os tabús, hipocrisias e ignorâncias em tudo o que toca à sexualidade e aos direitos reprodutivos. Todas as pressões sobre o tema são importantes.
Assinem a "Carta dos jovens portugueses sobre saúde sexual e reprodutiva", iniciativa da Youact - Rede Europeia de Jovens pela Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, da Não Te Prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais e da Rede Ex-Aequo - Associação de Jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros e Simpatizantes". Após o Verão, esta deverá ser entregue ao presidente da República, Governo e Assembleia da República. Parabéns aos responsáveis pela iniciativa, neste país de todos os tabús, hipocrisias e ignorâncias em tudo o que toca à sexualidade e aos direitos reprodutivos. Todas as pressões sobre o tema são importantes.
Etiquetas: educação sexual, escola, jovens
Padrecas vs. Homoparentalidade
Um link indicado no renas e veados, e que promovo, porque está muito bem defendido. Vale a pena ler.
http://www.livejournal.com/users/je_bois/96256.html
http://www.livejournal.com/users/je_bois/96256.html
quinta-feira, julho 07, 2005
Somos tod@s trans
Tem estado a causar reacções contraditórias o último texto da escritora Inês Pedrosa, uma das madrinhas da Marcha do Orgulho LGBT 2005, na revista do Expresso (www.panterasrosa.com/pedrosa)
Tecendo considerações perspicazes sobre os aspectos públicos da Marcha e sobre as reivindicações legais do movimento, sem "afunilar" apenas no tema do casamento, a escritora comenta também a sobreexposição mediática das dragqueens na Marcha, o que provocou de alguns sectores da web gay reacções do género "somos todos/as trans", em defesa da inclusão do T e contra as discriminações internas à comunidade. Estas reacções, devo dizer, agradam-me, porque representam a facção anti-discriminação num antigo debate sobre aquilo a que muitas pessoas chamavam o "folclore" das marchas, com uma carga negativa. Nesse contexto, sim, somos todos e todas trans, e as panteras deverão estar sempre dispostas a ser os/as primeiros/as a levar à prática esta solidariedade com o grupo mais discriminado dentro e fora do universo LGBT. Os discursos sobre o "folclore" sempre me fizeram subir a mostarda ao nariz, porque não entendem a importância da presença T nas marchas, não entendem as questões de género, logo, a ligação das questões trans ao tema da homossexualidade, e atribuem culpa à vertente trans por uma "má imagem" que seria transmitida da comunidade. São claramente discriminatórios.
Num e-mail enviado esta semana ao Fórum Social Português, António Serzedelo comete, parece-me, o mesmo erro de inculpar os "travestis", responsabilizando-os ao mesmo nível que à má prestação dos meios de comunicação social, que é o que realmente está em causa. Diz o António que partilha das posições de Inês Pedrosa, sobretudo "relativamente à cobertura televisiva, e (má)prestaçao do discurso dos travestis, para a nossa luta, no plano em que o exibem". Eu, por acaso, vi na tv uma óptima declaração de um travesti sobre homofobia...
O que me leva a mandar esta "posta" é que julgo que o texto de Inês Pedrosa não comete este erro. Diz ela q (...) as plumas e as pailletes que tanto perturbam o sossego familiar das famílias ditas tradicionais se resumiam, numa marcha de quinhentos seres humanos, a meia dúzia de pessoas. Aproveitam o pretexto para ter os seus cinco minutos de glória e promover os seus shows ." Eis a frase que, fora do contexto, levou a que a escritora fosse acusada de atacar os/as trans presentes na Marcha.
Mas anteriormente no seu texto, Inês já deixou claro que assume a defesa dos/as mesmos/as, quando diz que a Marcha "Incomoda, porque aparecem sempre uns travestis emplumados. As heterossexuais nuas que surgem nos desfiles de carnaval são consideradas espectáculo de família. Porque é que um transexual incomoda tanta gente? A mim, o que me incomoda é que Portugal seja ainda tão pouco exibido, tão cheio de entrementes, bichanices covardes, esquemas ocultos... enfim, estratégias."
Creio que quem reagiu em defesa da população trans deve continuar a fazê-lo tal e qual, porque é preciso. Mas julgo que não é usando esta crónica como pretexto...
Tecendo considerações perspicazes sobre os aspectos públicos da Marcha e sobre as reivindicações legais do movimento, sem "afunilar" apenas no tema do casamento, a escritora comenta também a sobreexposição mediática das dragqueens na Marcha, o que provocou de alguns sectores da web gay reacções do género "somos todos/as trans", em defesa da inclusão do T e contra as discriminações internas à comunidade. Estas reacções, devo dizer, agradam-me, porque representam a facção anti-discriminação num antigo debate sobre aquilo a que muitas pessoas chamavam o "folclore" das marchas, com uma carga negativa. Nesse contexto, sim, somos todos e todas trans, e as panteras deverão estar sempre dispostas a ser os/as primeiros/as a levar à prática esta solidariedade com o grupo mais discriminado dentro e fora do universo LGBT. Os discursos sobre o "folclore" sempre me fizeram subir a mostarda ao nariz, porque não entendem a importância da presença T nas marchas, não entendem as questões de género, logo, a ligação das questões trans ao tema da homossexualidade, e atribuem culpa à vertente trans por uma "má imagem" que seria transmitida da comunidade. São claramente discriminatórios.
Num e-mail enviado esta semana ao Fórum Social Português, António Serzedelo comete, parece-me, o mesmo erro de inculpar os "travestis", responsabilizando-os ao mesmo nível que à má prestação dos meios de comunicação social, que é o que realmente está em causa. Diz o António que partilha das posições de Inês Pedrosa, sobretudo "relativamente à cobertura televisiva, e (má)prestaçao do discurso dos travestis, para a nossa luta, no plano em que o exibem". Eu, por acaso, vi na tv uma óptima declaração de um travesti sobre homofobia...
O que me leva a mandar esta "posta" é que julgo que o texto de Inês Pedrosa não comete este erro. Diz ela q (...) as plumas e as pailletes que tanto perturbam o sossego familiar das famílias ditas tradicionais se resumiam, numa marcha de quinhentos seres humanos, a meia dúzia de pessoas. Aproveitam o pretexto para ter os seus cinco minutos de glória e promover os seus shows ." Eis a frase que, fora do contexto, levou a que a escritora fosse acusada de atacar os/as trans presentes na Marcha.
Mas anteriormente no seu texto, Inês já deixou claro que assume a defesa dos/as mesmos/as, quando diz que a Marcha "Incomoda, porque aparecem sempre uns travestis emplumados. As heterossexuais nuas que surgem nos desfiles de carnaval são consideradas espectáculo de família. Porque é que um transexual incomoda tanta gente? A mim, o que me incomoda é que Portugal seja ainda tão pouco exibido, tão cheio de entrementes, bichanices covardes, esquemas ocultos... enfim, estratégias."
Creio que quem reagiu em defesa da população trans deve continuar a fazê-lo tal e qual, porque é preciso. Mas julgo que não é usando esta crónica como pretexto...
Etiquetas: Forum Social Português, Opus Gay, transfobia
segunda-feira, julho 04, 2005
A nossa história 4
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A medida de segurança mais gravosa era o internamento. Nestes casos, o destino de quem fosse apanhado e não soubesse ou pudesse pagar à polícia de costumes, ia parar a uma Mitra, como a retratada abaixo, nos anos 50, no Poço do Bispo, em Lisboa. Aqui, eram detid@s tod@s @s que o regime via como "marginais" e um "perigo social": homossexuais, prostitutas, homossexuais e mendigos, tod@s denominados de "indigentes". Noutras localidades do país existiam instalações semelhantes. O período foi estudado pela antropóloga Susana Pereira Bastos e nos anos 80, a fotógrafa Ana Esquível fotografaria a Mitra de Lisboa pouco tempo antes do seu encerramento.
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Porto Pride
No sábado peguei nas coisas das panteras (que movimento tão móvel) e fui na minha lata até ao Porto para participar no Porto Pride.
Voltei muito contente, não só com o ambiente, com a forma como fomos bem recebidos, mas também pela quantidade de panteras locais que lá andavam para ajudar (obrigado André, Bruno, Maria e restantes).
Reforcei a minha impressão de sempre de que o pessoal do Porto (por viver um contexto mais homofóbico que o de Lisboa?) não só é mais consciente dos seus direitos, mas também mais radicalizado (nunca se esqueçam que ser radical é ir à raíz das coisas, o que é bom). Como me dizia o André, no Porto ou te escondes para sempre ou explodes desde logo e assumes o que tens a assumir, algo assim. Vivam as explosões identitárias :)
Conheci também o recém-formado GRIP, e ouvi o João Paulo, do PortugalGay.PT, organizador da coisa, a anunciar a vontade de passar esta festa, no próximo ano, para o exterior, e se possível marchar pela primeira vez também nas ruas do Porto. Julgo que está mais do que na hora de valorizar o potencial associativo que tem andado latente na segunda cidade do País, e creio que andam por lá activas várias pessoas dispostas a tomar a tarefa em mãos.
Também foi bom encontrar pessoas com quem partilhei momentos de luta no passado. A Adôa, por exemplo, que apareceu vestida tal e qual apareceu na primeiríssima Marcha do Orgulho em todas as fotos da faixa da frente :). Ou a amiga Natasha Seminova, que tive o gosto de finalmente conhecer antes de se transformar para o show, e de quem descobri que já nos tínhamos cruzado antes neste mundo do activismo.
Viva o Porto, estou a ficar velho :)
Voltei muito contente, não só com o ambiente, com a forma como fomos bem recebidos, mas também pela quantidade de panteras locais que lá andavam para ajudar (obrigado André, Bruno, Maria e restantes).
Reforcei a minha impressão de sempre de que o pessoal do Porto (por viver um contexto mais homofóbico que o de Lisboa?) não só é mais consciente dos seus direitos, mas também mais radicalizado (nunca se esqueçam que ser radical é ir à raíz das coisas, o que é bom). Como me dizia o André, no Porto ou te escondes para sempre ou explodes desde logo e assumes o que tens a assumir, algo assim. Vivam as explosões identitárias :)
Conheci também o recém-formado GRIP, e ouvi o João Paulo, do PortugalGay.PT, organizador da coisa, a anunciar a vontade de passar esta festa, no próximo ano, para o exterior, e se possível marchar pela primeira vez também nas ruas do Porto. Julgo que está mais do que na hora de valorizar o potencial associativo que tem andado latente na segunda cidade do País, e creio que andam por lá activas várias pessoas dispostas a tomar a tarefa em mãos.
Também foi bom encontrar pessoas com quem partilhei momentos de luta no passado. A Adôa, por exemplo, que apareceu vestida tal e qual apareceu na primeiríssima Marcha do Orgulho em todas as fotos da faixa da frente :). Ou a amiga Natasha Seminova, que tive o gosto de finalmente conhecer antes de se transformar para o show, e de quem descobri que já nos tínhamos cruzado antes neste mundo do activismo.
Viva o Porto, estou a ficar velho :)
Etiquetas: Porto
domingo, julho 03, 2005
Termómetro da Homofobia 3
Saiu o artigo do Diário de Notícias sobre a nossa última acção. Também podem ver mais fotos em www.panterasrosa.com/termo
sexta-feira, julho 01, 2005
"Matrimoni per a tothom!"
É assim a manchete do "El Periódico de Catalunya" de hoje.
Foi ontem aprovada no senado por 187 votos a fovor(dos quais 3 são de deputados de direita) e 147 votos contra, a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo que, na prática, substitui os termos "marido e mulher" por "cônjuge".
Sabendo-se quem é Zapatero, são surpreendentes as suas declarações de ontem no senado: "Espanha é agora um país mais decente que não humilha os seus membros" "São uma minoria, mas o seu triunfo é um triunfo de todos", "Hoje, a sociedade espanhola dá uma resposta a um grupo de cidadãos que durante anos esteve humilhado".
É também importante referir que o PP apresentou recurso por inconstitucionalidade e uma deputada do PP votou "sim", quebrando deste modo a disciplina de voto imposta pelo partido, o que lhe custará uma multa monetária...
A adopção, que já era permitida na Catalunha, País Basco, Navarra e Aragão, estende-se agora a todos os estados.
Espanha torna-se assim o quarto país do mundo em que o casamento homossexual é legal, depois da Holanda(2000), Bélgica(2003) e Canadá (anteontem). Alemanha, França e países nórdicos optaram por "União Civil".
Foi ontem aprovada no senado por 187 votos a fovor(dos quais 3 são de deputados de direita) e 147 votos contra, a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo que, na prática, substitui os termos "marido e mulher" por "cônjuge".
Sabendo-se quem é Zapatero, são surpreendentes as suas declarações de ontem no senado: "Espanha é agora um país mais decente que não humilha os seus membros" "São uma minoria, mas o seu triunfo é um triunfo de todos", "Hoje, a sociedade espanhola dá uma resposta a um grupo de cidadãos que durante anos esteve humilhado".
É também importante referir que o PP apresentou recurso por inconstitucionalidade e uma deputada do PP votou "sim", quebrando deste modo a disciplina de voto imposta pelo partido, o que lhe custará uma multa monetária...
A adopção, que já era permitida na Catalunha, País Basco, Navarra e Aragão, estende-se agora a todos os estados.
Espanha torna-se assim o quarto país do mundo em que o casamento homossexual é legal, depois da Holanda(2000), Bélgica(2003) e Canadá (anteontem). Alemanha, França e países nórdicos optaram por "União Civil".
Etiquetas: casamento, estado espanhol, PSOE
A Revolução na linguagem
Uma recente pesquisa das Panteras Rosa reuniu as definições dos dicionários em circulação em Portugal sobre termos como "homossexualidade", "lesbianismo", "homofobia", entre outros. Fica o resultado http://www.panterasrosa.com/dicionarios.doc , a comprovar que tem havido uma evolução no sentido politicamente correcto desde que há quase dez anos o então Grupo de Trabalho Homossexual do PSR denunciou com uma manifestação no Porto os termos existentes. Exemplificava-se, na época, com o dicionário da Porto Editora, que definia a "mulher" como "prostituta, rameira, mulher da vida", por oposição ao "homem", "sexo forte, macho viril", ou que definia a homossexualidade como uma "inversão".
Porque há sempre ainda algo que fazer, sobram ainda, apenas, algumas definições do dicionário universal da Texto Editora sobre as lésbicas, assinaladas a tracejado vermelho...
Porque há sempre ainda algo que fazer, sobram ainda, apenas, algumas definições do dicionário universal da Texto Editora sobre as lésbicas, assinaladas a tracejado vermelho...