Uma política da recolha de sangue em Portugal, para contornar a ausência de testes, mas promovendo uma cultura de "segurança" nas dádivas de sangue, é a interdição da doação de sangue a gays. As justificações apresentadas são de dois tipos: a "prevalência significativamente mais elevada de HIV" (sic) entre os gays; e a prática de sexo anal. D@s responsáveis pela política do sangue em Portugal esperava-se, pelo menos, o domínio dos factos e uma actuação adequada à realidade. A análise da prevalência das infecções por HIV por grupos de risco foi substituída internacionalmente há anos pela de comportamentos de risco. Mais, o grupo em que a infecção está a crescer mais rapidamente actualmente é o das mulheres heterossexuais, que representam já mais de metade das pessoas infectadas a nível mundial.
Completamente desfasadas da realidade, as instituições portuguesas servem-se da e alimentam a homofobia para esconder um grave problema de saúde pública em Portugal: a realidade que o sangue recolhido em Portugal, na sua maioria, não é testado, e é potencialmente perigoso.
Etiquetas: discriminação de Estado, homofobia, sangue, VIH / HIV
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