!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Panteras Rosa: PENSAMENTO DO DIA

domingo, junho 22, 2008

PENSAMENTO DO DIA

Um movimento LGBT ou seja o que fôr que se apresenta na sociedade em modo de defesa e auto-justificação envergonhada, e reforça, em vez de questioná-los, os tabús da velha moral heterosexista e patriarcal, é meu adversário, e de todos e todas aqueles/as - hetero, homo, bi, whatever - que têm dado o corpo e as vidas ao manifesto para subverter a ordem moral conservadora e lutar por uma sexualidade mais livre, sem preconceitos e que deixe de sustentar diferenciações sociais e políticas de direitos e legitimidades. Não, partir da moral que nos oprime e da sua visão de nós para definirmos a nossa identidade pública não é senão prescindir de trazer à sociedade algo mais do que a nossa presença inócua, mas novas visões da vida e novas possibilidades de transformá-la, não para nós, mas para tod@s.Se a suposta defesa dos direitos LGBT servir alguma vez para justificar a opressão de outros ou excluir outras expressões de liberdade sexual ou social, o meu lugar é com quem é oprimido. Assim se definem campos e corências, e se separam as águas onde é preciso que se separem, sem prejuízo de margens onde ainda nos possamos encontrar: não em políticas corporativas de determinado grupo excluído, mas na sua capacidade de levar mais longe políticas identitárias indispensáveis e se abrir e fazer parte do campo abrangente pela justiça social e contra todos os modelos únicos e todas as discriminações e opressões. A minha afinidade primeira é com quem luta pela liberdade e não limita nem a expressão, nem a diferença nem as vidas dos outros. Perante isto, a agenda dos direitos iguais é apenas um horizonte necessário mas curto, nem a meio caminho da estrada que nos pode levar a sonhos - não utopias - de um mundo melhor. Por isso sou, mais do que activista LGBTQ, um lutador pela liberdade sexual, e mais do que limitar-me a esse campo, um ser humano com capacidade de indignação perante todas as torpezas da vida e da cultura humanas. Todas as jaulas de pensamento me alimentam uma raiva plena de ternura, e só a liberdade me dá tusa.