1ª MARCHA CONTRA A HOMOFOBIA E A TRANSFOBIA - COIMBRA 2010
Fonte: TVI24
"Cerca de três centenas de pessoas participaram esta segunda-feira à tarde, em Coimbra, numa «marcha contra a homofobia e transfobia», promovida por 17 organizações, com o apoio de 11 outras instituições.
A marcha, na baixa da cidade, entre o Largo da Portagem e a Praça 8 de Maio, visou assinalar o Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, celebrando a data (17 de Maio de 1990) em que «a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais».
Este dia é «um marco muito importante na defesa dos direitos LGBT» (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgéneros) e «importa lembrá-lo e apelar a que seja reconhecido formalmente a nível nacional», disse à agência Lusa Paulo Vieira, dirigente do «Não te prives», grupo de defesa dos direitos sexuais.
«No Portugal de 2010, espera-se uma lei de casamento civil para todos/as», afirma o manifesto lido por um dos participantes na marcha, recordando que «a Constituição proíbe discriminar com base na orientação sexual».
«A lei perpetua a exclusão de casais de pessoas do mesmo sexo no que se refere à adopção e tarda em reconhecer formas de coparentalidade», denuncia o mesmo documento.
Enquanto isso, a nível internacional, «existem sete países em que a homossexualidade é punida com pena capital» e «93 países onde qualquer pessoa pode ser julgada e punida com multa ou prisão por ser lésbica, gay, bissexual ou transgénero», sublinha o manifesto.
«Seja homem ou mulher, eu amo quem quiser», «direitos iguais, nem menos nem mais» e «nós somos famílias, sabemos amar, filhos não fazemos, queremos adoptar» foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes.
Registaram-se protestos e, por vezes, insultos aos manifestantes, durante o desfile e concentração na Praça 8 de Maio, mas foram pontuais.
Um homem foi «levado para a esquadra para ser identificado» pela PSP por insultar os manifestantes e depois de os agentes o mandarem calar, disse à Lusa um agente no local.
Mas não faltou quem, pelo contrário, apelasse ao bom senso, lembrando que «as pessoas são livres de se manifestar». Além disso, sustentava Conceição Cardoso, os manifestantes «são pessoas bem-educadas, não estão a fazer mal a ninguém e, sobretudo, têm direito de ser como são».
Outras pessoas não disfarçavam, por seu lado, a sua surpresa pela manifestação em si e a quantidade de participantes e/ou apoiantes que a iniciativa reuniu.
«O espanto na cidade deve-se essencialmente ao facto de as pessoas não saberem que há tantos jovens homossexuais», explicava Magda Alves, da organização da marcha.
A Juventude Socialista e o Bloco de Esquerda foram as forças políticas que se fizeram representar no desfile."
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