!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Panteras Rosa: Basta de Psiquiatrização Trans!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Basta de Psiquiatrização Trans!

A associação ILGA Portugal prepara um debate sobre a transexualidade e a transição em Portugal. A sua lista de convidados compreende a panóplia completa da equipa médica oficial portuguesa para a transexualidade.

É evidente que cada colectivo é responsável pela sua actividade e perspectivas próprias, mas quando pensamos, como é o caso, que a perspectiva apresentada é lesiva de parte da comunidade por falta de um debate que queremos absolutamente motivar, inclusivamente com a ILGA Portugal, não devemos deixar de ter e exprimir opinião.

Convidar psiquiatras (para mais os oficiais) para falar da transexualidade é aceitar, mesmo colaborar, com a psiquiatrização forçadas d@s trans. É desinformar @s lgb que virão para se informar. É dizer que @s trans são incapazes de falar por si mesm@s e deixar aos “peritos“ o direito de nos definir.

Convidar os cirurgiões da equipa do Hospital de Santa Maria é silenciar a existência de melhores cirurgiões e o perigo desta desinformação, que é considerável para @s trans. É aceitar que estes cirurgiões continuem, a não informar ou aprender a praticar cirurgias de melhor qualidade e com menores riscos.

É aceitar que apenas @s trans “ric@s” tenham acesso à escolha de melhores cirurgiões.

É contribuir para manter os preconceitos da comunidade lgb, mantendo @s trans na ideia de que são doentes, e que estão inteiramente sumetidos ao poder destas pessoas. É divulgar esta ideia.

É também negar a existência de tod@s as trans que não passam pelas mãos destes “peritos”.

É esquecer tod@s @s trans que não correspondem aos critérios destas normas estabelecidas por estes psiquiatras, que são excluíd@s e que não estando recensead@s por estes “peritos” nos seus números “oficiais” chegam a suicidar-se.

É aceitar, sobretudo, que para mudar os seus documentos @s trans sejam obrigad@s a ter feito a operação de reassignamento de sexo, que sejam obrigad@s a assumir riscos imensos, e não possam escolher um cirurgião que lhes dê garantias, pois é este sistema e esta realidade que enquadra os convidados para este debate.

Merecíamos realmente que o debate sobre transexualidade na comunidade lgbt portuguesa estivesse mais aprofundado e politizado, e também mais inclusivo dos vários pontos de vista de activistas trans que já vamos tendo por cá. Merecemos começar a falar por nós.

stef trans ftm gay (Panteras Rosa)

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