Homofobia Interior
Um comunicado das panteras rosa e da Opus Gay, que convergiram na denúncia de uma situação de agressão em Portalegre, com a PSP local a comportar-se previsivelmente mal e a mentalidade homofóbica a determinar a desculpabilização do agressor e a culpabilização da vítima, por supostamente ser "paneleiro".
Não sei se por força das circunstâncias as panteras se andam a especializar em situações de agressão e discriminação por homofobia no interior do país. Ultimamente, é o que parece, e para nós os eventos deste ano em Viseu tiveram um efeito despoletador. Hoje, chegam-nos denúncias sem descanso de zonas do país onde não existe movimento, talvez não exista tão cedo ou nem venha a existir, mas onde as limitações impostas pela sociedade heterossexista se fazem sentir com particular crueldade e no maior isolamento. Onde a necessidade do movimento é mais premente, exactamente, onde vivem pessoas que não têm possibilidade de se acomodar, cujo sofrimento é o maior potencial de revolta de qualquer movimento lgbt.
Não é fácil intervir no interior do país, sobretudo para um movimento como as panteras ainda bastante sediado em Lisboa (eu disse ainda...) e só o surgimento de novas panteras nos locais onde os conflitos se têm registando tem facilitado a nossa intervenção limitada. Essa rede de vontades é a nossa força, desde que continue a agregar. Abrem-se portas para o Portugal profundo (que só é profundo visto daqui).